Assim como a mim, essa pandemia aflorou o lado cozinheiro de muita gente, gente que mal sabia fritar um ovo. Ai passamos a ser foco de uma porrada de produtos em oferta na internet que sem nenhuma duvida iriam facilitar muito a nossa vida na cozinha. Cozinhar significa se envolver com cebola e alho logo de saída. Eis que vejo  nas paginas do instagran uma maravilhosa tesoura de cortar cebola, sim isso mesmo uma tesoura que evita que vc fique com aquele cheiro nas mãos por dias e mais dias. Depois de uma longa e ansiosa espera ela chegou,uma coisa linda! Pego uma cebola e, nada, não corta. Precisava de uma frigideira pequena e achei no site do supermercado, quando chegou era micro, mal fritava um ovo. Fiquei entusiasmado com um triturador de alho, ele tem um problema serio pra limpar; comprei um treco pra limpar o chão que muda o pano, ele mais suja do que limpa; fiquei maravilhado com um cortador e lixador de unha com um desenho lindo, mas não corta e não lixa; minha mulher durante a insônia comprou 4 vestidos lindos da China, ela so consegue usar em casa.

Nos publicitários sempre abominamos esse tipo de comercial que teve seus primórdios com a faca guinzo, lembra dela? Mas temos que reconhecer que mercadologicamente eles são imbatíveis porque são demonstrativos e ai também reside o seu problema, a credibilidade. Quem não já teve em casa uma bicicleta ou um aparelho de remar tudo comprado a partir da demonstração de  homens e mulheres com corpos perfeitos?  Depois virava um trambolho. Mas a pergunta que fica na boca de cada varejista e de cada publicitário e sobre o futuro das compras depois da pandemia. Comprar e um ato de prazer e assim continuara sendo. Seja na experimentação de uma roupa ou um sapato, seja na observação de uma imagem da tv ou o espaço interno da geladeira na loja, são acoes que fazem da compra uma experiência agradável.

Por Fernando Passos
Publicitário , CEO do grupo Engenho