Você já parou para perceber que com a chegada de um novo ano, parece que ficamos mais inspirados, ativos? Sim, eu sei que essa sensação surge com a expectativa de novas possibilidades, planos e objetivos para os próximos meses e essa sensação de novidade que percorre nas redes sociais, comerciais de TV e festas, nos influenciam

Só que, com o passar das semanas essa motivação cai, voltamos ao padrão da rotina e nos acomodamos em fazer mais do mesmo. Na minha área de Publicidade, a inspiração é fundamental, melhor, ela é essencial para que as agências sobrevivam. Se nós não buscamos fontes de inspiração, não conseguimos atingir as expectativas dos clientes que nos procuram, criamos conteúdo sem novidades e o que acontece? Deixamos de movimentar o mercado.

Recentemente, o mercado e os portais de notícias passaram a abordar a força com que a Inteligência Artificial será ditada neste ano. Tivemos o anúncio do ChatGPT e o Google Bard, dois chatbots que prometem atender aos desejos daqueles que os procuram. O que aconteceu? Levantou-se um debate sobre como essas ferramentas podem impactar em profissões, sobretudo, na área de comunicação. Sim, eu compreendo que são ferramentas excelentes, mas também temos que ressaltar que em nosso segmento, a sentimento humano é muito importante para que o trabalho continue com qualidade.

Os chatbots podem ser interessantes sim, em um momento ou outro, mas precisamos das mentes criativas para inovar em campanhas, se inspirar em conteúdo para redes sociais e não tornar as produções repetitivas.

Por exemplo, em nosso contato diário com o cliente sabemos o tom que ele deseja abordar em suas campanhas, as cores que combinam com sua marca ou empresa, quais devem ser evitadas, palavras que se aproximam do público-alvo e outros detalhes mais específicos que somente uma frequência de contato com esse cliente para entender como trabalhar.

O sentimento é importante na publicidade. Pense nas campanhas mais fortes de marcas de bebidas, bancos ou perfumarias nos últimos anos. Aquelas que fazem com que o telespectador, que está esperando durante o intervalo da novela ou do jornal, se emocionar. Como você acha que foi produzido? São diversas pessoas que estão diariamente se atualizando sobre o comportamento do consumidor, sobre o que a sociedade tem abordado, quais são os temas que valem ser citados ou esquecidos. Cada campanha, seja ela de Carnaval, Dia das Mães, Dia dos Pais ou Natal, é pensada para dialogar com a temática, momento em que o mundo está vivendo e como o público-alvo será atingido.

Por isso penso que a criatividade do ser humano, somado ao sentimento, são fatores que reforçam a ideia de que não serão essas novidades tecnológicas que podem nos afetar. Elas podem ser fortes aliadas, mas somos nós, humanos, que continuamos a operá-las e conduzir ao que precisa ser executado. Nós passamos anos e anos estudando para as áreas que vamos trabalhar e nesse segmento de publicidade em questão, o nosso olhar para a experiência por trás de uma propaganda, publicação de rede social ou outdoor é necessária.

Meu conselho é: ao invés de você ficar nas redes sociais e conversas em grupo se lamentando, analise essas novas ferramentas, se atualize sobre sua área e busque fazer algo novo e melhorado sempre.

Traga essa “concorrência”, se assim podemos chamá-la, como impulso para criar mais, para compreender que você é um profissional fundamental para que o trabalho do seu cliente corra, para converter as entregas em novos clientes do público-alvo e ser destaque em sua área.

Sou um grande admirador da tecnologia e já me posicionei dessa forma em artigos e entrevistas, mas realmente precisava alertar sobre esse “medo” que se manifesta sempre que alguma plataforma ou ferramenta surge.

Nas redes sociais já temos diversas ações das plataformas que utilizam as pesquisas de voz para definir o que te oferecer enquanto você vê o feed. Não é coincidência, está previsto desde que você aceita os termos e condições. E isso afetou a vida de um social media? Claro que não, pelo contrário, fortaleceu o trabalho e garantiu melhores resultados.

Hoje, te proponho a pensar: como posso fazer da tecnologia um aliado?

Artigo publicado originalmente na revista Lets Go Bahia

Por Americo Neto
Presidente da ABAP Bahia
Sócio-diretor da Viamidia